sábado, 28 de novembro de 2009

Retrato Falado


Sou etérea e sórdida
Profunda e rasa
Sou luz e escuridão
Sou medo e coragem
Cela e viagem
Sou toda contradição


Sou chegada e partida
O beco e a saída
O problema e a solução
Sou canção e silêncio
Calor e arrepio
Sou Inverno e verão

Sou sonho e pesadelo
Desprezo e apelo
Heresia e consagração
Sou risco e certeza
Afago e frieza
Sou loucura e pé no chão

E não se enganem comigo
Não conheço o perigo
Vou até depois de não mais suportar
Sou amor de momento
Desprovida de sentimento
Sou noite sem luar

O oposto do que presumiu
A verdade que nunca existiu
Sou a dor da traição
O atalho no caminho
Da rosa sou o espinho
Sou a doçura nos olhos de punhal na mão.

13 comentários:

  1. Somos. Nem todos são sim e não, luz e escuridão. Lagrimas e sorrisos. Contudo, quem consegue ser flexível mostra maior sensibilidade.

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  2. Olá,

    Parabéns pelo lindo poema de grande
    profundidade na contradição sentimentos!

    Abraço,

    FrancK

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  3. Bruma,

    Simplesmente sensacional minha amiga!

    Sou chegada e partida
    O beco e a saída
    O problema e a solução
    Sou canção e silêncio
    Calor e arrepio
    Sou Inverno e verão

    É isso que somos, pois nada somos senão aquilo que pensamos e expressamos através dos nossos sentimentos.

    Adorei!

    Bjs.

    Rosana.

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  4. É uma bela poesia, sem dúvida. Acho que todos nós temos um pouco de rosa e de espinho. Parabéns pelo blog também.
    Abraços

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  5. Olá Bruma,

    Ótima poesia... mexe mesmo com as sensações.
    Essas poetisas têm muita sensibilidade mesmo.

    Abraços.

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  6. bellisima poesia Bruma, muito bacana o jogo de antônimos e a mistura de sentimentos, parabens!

    Faço-lhe um convite para visitar meu blog e fazer suas críticas e sugestões:http://www.dinoblog.com.br/

    Um abraço!

    Raphael Dino.

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  7. Este é um retrato realista de quem sofre. Sem se entregar à dor, mas doída da traição. Um beco com saída. É isso. Mas uma saída dinâmica, sem abnegações.

    Amiga, as teus poemas fazem-me olhar para ti sem pena, mas com admiração. Adorei.

    Beijos
    Luísa

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  8. Eis o duelo proposto:

    ********************************

    Dois em Três
    ------------

    Porventura, esquece-te,
    Menina rósea da lã amarela,
    Que aquilo que enobrece-te
    Não é o binário, é aquarela.

    Não é dois, e sim o três,
    Adicione o quatro material,
    Dão quatro semanas, é o mês,
    Três e quatro, o sete ideal.

    A polaridade humana, veia dual,
    Com o masculino e o feminino,
    Se completa com a unidade real,
    No uno divino, deus uno e trino.

    Mulher-mãe de toda a constância,
    Fêmea plena de todos os extremos,
    Arrranca-me a minha ignorância,
    Deixe apenas os fluidos supremos.

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  9. Ótima poesia, no fundo todos temos os elementos de opisição, só que damos destaque a alguns.

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  10. Saudações!
    Amiga Bruma Brum,
    A construção da ponte em mensagem de vida em poesia no ensaio para abrir as janelas que libertam a alma.
    Parabéns pelo lindo poema!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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  11. Oi, Cristiane!
    Estive um tempão fora do ar porque estava, e ainda estyou, sem internet. Tive uns pequenos cproblemas com conexão e agora, não bastando isso, estou sem pc, rsrs.
    Enfim, agradeço a visita no blog e a parabenizo por mais um poema.
    Eu sei que é clichê dizer isso a vocês, mas está tudo ótimo! Gostei do retrato falado: humano e verossímil.
    Atualizarei o blog e voltarei aqui assim que minha situação virtual estiver normalizada.
    Beijos e até mais!
    Rodrigo.

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  12. A sensibilidade é um dom e você mostra que tem muita. bjs

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