
A hóspede
Ela desfruta dessa vida
como sedento saciando no poço
a sede da euforia incontida
sorrindo à garganta do fosso.
Ela anda carregada pela força
desses ventos litorais
com um caminhar faceiro de moça
apesar dos vividos carnavais.
Prefere dos extremos, o meio
apenas quando lhe convém
porque há nela um anseio
de ser compreendida por ninguém.
Carrega nos olhos uma doçura
dessas que a dor encurta
mas logo descobre quem procura
sua saliva de cicuta.
Ela não pede, ordena
com uma autoridade tão sutil
deixando em quem obedece a sensação amena
de que ela de fato pediu.
Dissimulada em pele lisa
enroscada e comovente
ela inocula em quem a pisa
o seu veneno de serpente.
Indiferente diante dos tombos
das costumeiras rasteiras da vida
vai se reerguendo sobre seus escombros
essa Fênix renascida.
Ela traz consigo um segredo:
a simbiose de demônio e querubim
e aceito servil esse degredo
de ela e eu morarmos em mim.
Não sei por onde começar o comentário a não ser dizendo que ficou fantástica a poesia. É simplesmente instigadora, é a mulher que usufruta da vida e usa do homem. A mulher que interessa é aquela que realmente é essa simbiose de demônio e querubim....dessa forma fico eu aqui, completamente rendido e interessado...
ResponderExcluirbjos minha mestra poetisa!
A recompensa de uma alma que escreve é encontrar uma que leia. Por isso sigo escrevendo com a minha, para que me leia com a sua...
ResponderExcluirDiscordo que essa mulher que acolhe a simbiose interesse aos homens, na minha opinião, elas assustam - pelo menos aos comuns.
Beijos, poeta!
Amada, ADOREI essa poesia. Acho que estou tendo uma professora incrível. Quem sabe não encontrei um dom com você. Parabéns!!!
ResponderExcluirBeijo
Linda, a poesia está tão maravilhosa que não sei o que dizer além disso. Sabe que não tenho jeito com essas coisas. Também a escolha da ilustração foi perfeita, as duas juntas como você e a "hóspede", a loira e a morena, demais. Parabéns!
ResponderExcluirHummm...se continuar assim nem sei onde vou parar...com minhas fantasias e mistura com suas palavras solta ao vento...rsrsrs, quer dizer, nas suas belas poesias!
ResponderExcluirParabéns! Estou totalmente envolvida com suas poesias...
Beijos no ♥...
Bruma,
ResponderExcluirEu não sei comentar poemas. Eles sentem-se ou não, e, eu tenho dificuldade em encontrar palavras para os sentimentos. Não sou poeta. Sou leitora, às vezes devoradora.
Posso dizer-te que senti o teu poema. Ele arrepiou-me a pele.
Beijos
Luísa
Quanta sensibilidade, Luisa ...obrigada por ler-me dessa forma.
ExcluirOra, vivendo e aprdendeno!!
ResponderExcluirTô vendo que, a cada dia, aparecendo mais um(a) poeta(isa), essa comunidade de sentimentos e intentos nobres ao brincar com as letras, aumenta e eu vou ficando mais cercado de pessoas afins!!
Essa mulher, esse amor, esse amálgama de be/mal, instalado em vc, tbm vive em mim. Pois esse amor não é apenas individuado, é o yin-yang dançando uma valsa em cada um de nós!!
BJs Bruma!!
Obrigada, poeta .
ExcluirIn Tentationem
ResponderExcluir_______________
Esse amálgama de bem e mal,
Instalado no fundo de você,
Levanta turbilhão colossal;
Quem te viu, quem te vê??
Uma valsa no barro e na lama.
Adão e Eva, odeia ou ama?
Só mostras que escondes sob o véu
A chama do inferno. Não, é o céu!!
Não sei distinguir de que mundo és,
Não sei dizer seés cordeiro ou serpente.
Mas, de perfil, te vejo naquele convés,
De preto e vermelho, pura e indecente.
Belíssimo! Parabéns
ExcluirExtremamente belasegunda-feira,"A hóspede"seguindo na inspirada face da dúvida feminina,incorporada em tôda a meiguisse...Muito calmante e deliciosa poesia!!Parabéns!!!
ResponderExcluirObrigada!
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