terça-feira, 22 de setembro de 2009

Nocturna

Um pecado se acende no escuro
fulgaz entre os becos discretos
um trago e chama num leve sussurro
e entorpece futuros funestos.

A lua que assiste aos degredos
alumia o corpo dosado em luxúria
sua tez penumbrada em segredos
receosa calmaria ou fúria.

Brindes e drinques à sargeta
errante no êxtase insensato
liberta a sua abjeta faceta
nos desvairos dum orgasmo abstrato.

Sobe o aclive com os saltos na mão
cerrando os olhos à luz da alvorada
derradeiro gole de glória ou perdição
despede-se do dia, fugindo desonrada.

No aguardo da noite que desce
ficaria à espreita da escura redenção
mas o pecado que nasce também padece
e nem o Crepúsculo traz ressurreição.

Um comentário:

  1. Bem sabes que ainda estou enferrujada, mas o exercício aqui tem me ajudado muito.
    Quanto a minha suposta maestria, agradeço à gentileza, mas fica muito claro quem é o mestre aqui, você é sempre irretocável. Parabéns poeta!

    ResponderExcluir

Obrigada por sua visita e seu comentário. Volte sempre. Abçs